terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hino Cubano com tradução

Hino de Cuba

¡Al combate corred Bayameses,
que la patria os contempla orgullosa;
no temáis una muerte gloriosa,
que morir por la patria es vivir!
En cadenas vivir es vivir
en afrenta y oprobio sumido.
Del clarín escuchad el sonido;
¡a las armas, valientes, corred!
No temáis; los feroces Iberos
son cobardes cual todo tirano
no resisten al brazo Cubano;
para siempre su imperio cayó.
¡Cuba libre! Ya España murió,
su poder y su orgullo ¿do es ido?
¡Del clarín escuchad el sonido
¡¡a las armas!!, valientes, corred!
Contemplad nuestras huestes triunfantes
contempladlos a ellos caídos,
por cobardes huyen vencidos:
por valientes, supimos triunfar!
¡Cuba libre! podemos gritar
del cañón al terrible estampido.
¡Del clarín escuchad el sonido,
¡¡a las armas!!, valientes, corred!

Hino de Cuba (Tradução)

Ao combate correi bayameses,
que a pátria vos contempla orgulhosa;
não temai uma morte gloriosa,
que morrer pela pátria é viver!
Em cadeias viver é viver
em afronta e opróbrio consumido.
Do clarim escutai o som,
às armas, valentes, correi!
Não temai; os feroses ibéricos
são covardes qual todo tirano
não resistem ao braço cubano;
para sempre seu império caiu.
Cuba livre! Espanha já morreu,
seu poder e seu orgulho aonde foram?
Do clarim escutai o som,
às armas, valentes, correi!
Contemplai nossas tropas triunfantes.
Contemplados a eles caídos,
por covardes, fogem vencidos:
por valentes, soubemos triunfar!
Cuba livre! Podemos gritar
do canhão ao terrível estampido.
Do clarim escutai o som,
às armas, valentes, correi!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Curiosidades sobre cuba

25 FATOS E CURIOSIDADES SOBRE CUBA


Cuba não se resume a uma ilha, mas a um arquipélago                                                                     formado por mais de 1.500 ilhas. As maiores são Ilha de Cuba e Ilha da Juventude. 

A população atual de Cuba é de 11 milhões de habitantes, sendo 65% brancos, 10% negros e 25% mulatos. 

As cinco maiores cidades cubanas são Havana, Santiago de Cuba, Camagüey, Holguín e Santa Clara. Havana é uma metrópole com mais de dois milhões de habitantes – 1/5 da população do país. 

Cuba foi descoberta pelo mesmo homem que descobriu a América: Cristóvão Colombo. 

Cuba foi dominada pelos espanhóis durante 400 anos. A colonização terminou em 1898, quando a Espanha, após ser derrotada pelos Estados Unidos na Guerra Hispano-Americana, assinou o Tratado de Paris, que pôs fim à dominação espanhola na ilha.

Com a vitória na Guerra Hispano-Americana, Cuba passou a ser protetorado do Estados Unidos. A influência norte-americana durou até 1959, quando o ditador Fulgencio Batista foi derrubado pela guerrilha comandada por Fidel Castro. 

Cuba é atualmente um país socialista de partido único e sem eleições diretas. O país foi governado por Fidel Castro até 2008 quando, por motivos de saúde, ele renunciou e foi substituído pelo seu irmão Raúl Castro.

Até a sua saída de cena em 2008, Fidel Castro era Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista, Chefe de Governo, Chefe de Estado e Presidente da República. 

Não existe liberdade de imprensa no país e praticamente todos os meios de comunicação são controlados pelo governo. No que se refere aos direitos humanos e à liberdade política, ainda existem presos políticos. A boa notícia é que ele diminuíram ao longo das últimas década. Enquanto que em 1978 havia 15.000 presos, em 2008 eles não passavam de 250. 

O Estado cubano é ateu, mas aceita a liberdade religiosa. A religião com maior número de seguidores é o catolicismo romano. O interessante é que 17% da população é adepta da santeria, uma religião de origem africana parecida com o nosso candomblé.

A educação e a saúde são totalmente gratuitos. O sistema de saúde cubano é um dos melhores das Américas. Doenças como tétano, coqueluche, sarampo, hepatite B, poliomielite e difteria são quase desconhecidas da população local. 

A expectativa de vida em Cuba é uma das maiores do mundo. O cubano vive, em média, 75 anos. 

O setor de biotecnologia cubano é dos mais avançados. Criada no país, a vacina contra a hepatite B é vendida para mais de 30 países. A biotecnologia já gerou mais de 600 patentes para drogas, vacinas e sistemas de diagnósticos.

A salsa surgiu em Cuba na década de 1960 da mistura do mambo e da rumba com danças porto-riquenhas. Recebeu também influências de outros ritmos caribenhos como o merengue dominicano, o calypso de Trinidade e o reggae jamaicano. 

A rumba, aliás, também é uma dança de origem cubana. Suas influências (origem estilística) vem da música espanhola e da percussão africana. 

O mambo é outro ritmo tipicamente cubano. Tem origem nos ritmos africanos do Congo e, afirmam alguns entendidos do assunto, surgiu da expressão “Estás mambo?”, que significa “Tudo bem com você?”. Tem forte influência do bolero. O mambo foi muito popular nos Estados Unidos na década de 1950.

Os outros ritmos cubanos são cha cha cha, habanera e el son.

O esporte nacional é o beisebol. O boxe, o vôlei e o atletismo também são extremamente populares. Cuba é uma potência esportiva mundial e conquistou mais medalhas de ouro em olímpiadas do que o Brasil.

Produzida a partír do melaço de cana-de-açucar, o rum é a bebida típica do país. Com ele, pode-se preparar drinques famosos como Cuba Libre, Mojito, Daiquirí, Mulata, Havana Special, Piña Colada, entre outros. Interessante é que o Daiquirí – drinque com rum, gelo batido, açúcar e suco de limão – é bem parecido com a nossa caipirinha.

Assim como os brasileiros, os cubanos adoram um caldo de cana com gelo, chamado por lá de guarapo.

A cozinha cubana (conhecida como cozinha criola) é uma combinação da tradição culinária indígena, espanhola e africana. Entre os pratos típicos cubanos estão o congrís (arroz e feijão vermelho cozidos na mesma panela), o moros y cristianos (arroz e feijão preto na mesma panela com carne de porco), o chicharrone (igual ao nosso torresminho) e o ajiaco (um guisado de vegetais preparado com cebola, alho, pimentão, cenoura, nabo e mandioca). À propósito, o ajiaco é o prato nacional. 

Charutos são fabricados no mundo todo, mas o melhor de todo o mundo é o cubano. Os principais fatores que contribuem para tal sucesso são o solo e as condições do clima. A região de Pinar del Río é a única que produz os chamados “havanos” (uma espécie de certificacão de qualidade), devido à sua temperatura, umidade e horas de iluminação solar.

Os telefones celulares são quase inexistentes e o acesso à internet rigidamente controlado pelo governo. Para se ter uma idéia, apenas 1,7% da população pode navegar na internet.

Até o contato com os estrangeiros é vigiado pelo governo. Os cubanos não podem frequentar áreas turísticas para estrangeiros, estão proibidos de receber publicações de outros países, procurar empregos em empresas que não sejam do país e viajar para o exterior sem a aprovação do Estado. 

Comprar ou vender imóveis é proibido. Só a permuta é permitida. As permutas só podem ser realizadas com aprovação estatal e após os interessados se submeterem a inúmeros (detalhe: não são poucos mesmo!) regulamentos.

Arte em Cuba

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Composta de 117 obras, assinadas por 61 artistas, a mostra apresenta um extenso panorama da arte cubana no século 20. Este é o mais significativo conjunto de obras cubanas já exibido no Brasil, proveniente de coleções dos próprios artistas e do acervo do Museu Nacional de Bellas Artes de Cuba, instituição que administra a maior parte do patrimônio artístico da ilha.

As obras abrangem desde o surgimento das vanguardas – quando a produção artística de Cuba ganhou de fato uma identidade própria –, até as manifestações mais contemporâneas. De acordo com a curadora Ania Rodríguez, a exposição apresenta diversas possibilidades de se entender a arte do século 20 em Cuba. Portanto, para facilitar a compreensão a curadora optou por organizar a disposição das obras de forma cronológica.

Entre as várias possibilidades, a primeira leitura segue a lógica temporal e destaca o surgimento e a consolidação da arte moderna nas primeiras décadas do século, os movimentos abstratos, a pluralidade estética que acompanha as mudanças da revolução nos anos 60 e 70, e a renovação e experimentação características dos 80 até hoje.

Além dessa interpretação mais linear, no entanto, há vários outros caminhos que se perfilam ao longo dessa produção, propondo uma segunda leitura, temática, que agrupa artistas de diversas gerações por meio de preocupações comuns ao longo do século:

- A arte como espaço de reflexão sobre as raízes da cultura cubana. As indagações iniciais de Carlos Enriquez com seu Romancero Criollo, ou de Eduardo Abela com as suas representações de cenas camponesas e rituais tradicionais têm uma sutil relação com a posterior criação da pessoal iconografia de Wifredo Lam, baseada na apropriação dos códigos visuais da cultura afro-cubana. Do mesmo modo, hoje, artistas como René Peña ou Roberto Diago, encaram o componente africano da cultura cubana, questionando os estereótipos do negro e seu lugar na sociedade atual.

- O compromisso social do artista. Expressa-se desde a militância explícita de artistas como Marcelo Pogolotti, que nos anos 20 destaca em suas obras uma visão marxista da sociedade, até a dramaticidade impressa nos trabalhos de Fidelio Ponde de León. Há ainda uma produção marcada pela efervescência da Revolução Cubana, com obras afirmativas ou críticas, mas em que a posição do artista não fica indiferente à realidade social vivida. A “II Declaración de La Habana”, de Mariano Rodríguez, ou a representação de heróis feita na linguagem pop de Raúl Martinez, refletem isso. Do mesmo modo, peças mais recentes, de artistas como Tania Bruguera ou José Toirac, exploram a memória pessoal.

- Experimentação com linguagens artísticas e poéticas pessoais. À margem de qualquer temática imposta, os artistas manifestam também sua vontade de experimentação com novas linguagens. Os artistas dos anos 50 voltaram-se para a abstração, fugindo das figurações locais, que já viravam estereótipos do “cubano”. Do mesmo modo, uma parte da produção artística hoje tende a escapar das referências explícitas a Cuba, para realizar uma obra de referências políticas mais sutis e abrangentes, válidas para promover uma reflexão além do contexto local.
Cuba possui vários ritmos musicas herdados de seus colonizadores como por exemplo a salsa e merengue, influências africanas, rumba e o mambo.
Entre grandes músicos e bandas cubanas podemos citar Buena Vista Social Club, clube de atividades musicais e dança, local onde os músicos se encontravam e tocavam na década de 40. Para se ter idéia do sucesso do Buena Vista Social Club, foi lançado um disco que mais tarde tornou-se sucesso internacional e um filme que inclusive foi indicado ao Oscar na categoria Melhor Documentário.
Hoje em dia além dos sucessos de Buena Vista Social Club, podemos falar de Omara Portuondo que em setembro desse ano, visitou o programa de televisão Altas Horas onde cantou e falou sobre o surgimento do Buena Vista Social Club. Além do programa, Omara fez sua primeira apresentação no Rio de Janeiro e prometeu não ser a última.
A partir disso o Brasil se embalou na música cubana, caribenha e salsa, tanto que já existem barzinhos principalmente em São Paulo que tocam somente esse ritmo musical e fazem muito sucesso !

Jorge Perugorria

Não dá pra falar de cinema cubano sem falar em Jorge Perugorria.Ao contrário dos pseudo-grandes-atores que fazem sempre o mesmo papel (Al Pacino, Jack Nicholson), Perugorria é um verdadeiro camaleão, às vezes completamente irreconhecível. Em sua estréia, “Fresa y chocolate”, era um homossexual tão perfeito, sutil e bem-construído que você juraria que o homem jamais poderia ser hetero. No filme seguinte, “Guantanamera”, era um rude, barbado e peludo caminhoneiro. Em “Frutas en el café”, um fervoroso pequeno burocrata comunista, tímido, reprimido e careca. Em “Lista de espera”, um cego cambalacheiro. Em “Rosa de Francia”, um capitão de navio ao mesmo tempo bom e mau, golpista e honesto. A lista continua: o homem parece estar em dois terços dos filmes cubanos.Na opinião da critica internacional, Perugorria é um dos melhores atores de sua geração, de qualquer lugar do mundo.Ironicamente, quando falado isso em Cuba, discordam todas as vezes. Dizem que a opinião corrente é que Perugorria interpreta sempre o mesmo papel.

Fábrica de pôsteres

Talvez por compromisso artístico, talvez para gerar empregos para os artistas plásticos cubanos, o fato é que o ICAIC refaz localmente todos os pôsteres de cinema. Nenhum filme passa em Cuba com seu pôster original. E não são simples pôsteres, mas verdadeiras, algumas vezes lindíssimas, obras de arte. Ao longo de quase cinqüenta anos, o resultado é um corpus artístico simplesmente impressionante. Não é à toa que se encontram esses pôsteres para vender por toda Cuba. São um presente muito mais original e tipicamente cubano do que fotos do Ché ou vistas aéreas de Havana. Estou levando três para decorar minha casa e minha sala na universidade: “Soy Cuba” e “Suite Habana”, dos quais já falei, e “Cimarrón”, um documentário sobre os negros quilombolas cubanos.

Cinema Cubano

Como tudo em Cuba, o cinema é um monopólio estatal exercido pelo onipresente ICAIC, Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematograficos.Já ouvi algumas histórias de horror sobre o ICAIC. O financiamento é pouco, somente alguns filmes podem ser produzidos por ano, o processo de escolha acaba se tornando feroz e politizado, o comitê executivo escolhe sempre os roteiros dos seus amigos e afilhados, uma frase pouco revolucionária pode condenar seu filme à não-existência, etc. Tudo bastante previsível em um órgão centralizado e centralizador. O surpreendente são os filmes. Assistindo aos mais recentes, não se vê essa estrutura soviética de produção. Não parecem filmes ideologicamente bem-comportados escolhidos por um comitê revolucionário. Sim, não são formalmente ousados. O estilo, a fotografia, os roteiros, tudo é muito certinho – com raras e honrosas exceções. Entretanto, não há um único roteiro que não contenha fortes críticas ao mesmo governo que está pagando a conta.Os maiores sucessosO maior sucesso internacional do cinema cubano é “Fresa y chocolate” (Tomas Gutierrez Alea, 1993), no qual um militante comunista fica amigo de um artista gay com o propósito de denunciar suas atividades contra-revolucionárias. Ao longo do filme, porém, os dois vão ficando amigos e o comunista descobre, para sua surpresa, todo o preconceito oficial e social contra homossexuais em Cuba. Por fim, o gay (sempre mostrado positivamente) conclui que sua carreira nunca irá a lugar nenhum no país e dolorosamente decide emigrar, com o apoio de seu amigo comunista. Ou seja, do começo ao fim, é uma grande crítica à homofobia cubana – a começar pela governamental. Fidel disse uma vez não acreditar que um homossexual pudesse ser um revolucionário.O Aeroporto Internacional José Martí, aliás, é a maior presença do cinema cubano. De todos os muitos filmes, só consigo lembrar de um único (“Lista de espera”), em que não há ninguém chegando ou saindo do país. O exílio é uma presença constante, forte, viva na cultura cubana. Todo mundo tem amigos, conhecidos, parentes na diáspora, que, apesar de viverem fora do país há mais de cinqüenta anos, mesmo algumas tendo nascido no exterior e nunca visitado Cuba, se sentem fortemente cubanas e continuam criando arte cubana no exílio.Outro grande sucesso internacional do cinema cubano foi “Guantanamera” (Tomas Gutierrez Alea e Juan Carlos Tabio, 1995), mistura de road-movie com comédia, no qual um burocrata ambicioso e insensível, mas honesto, inventa um sistema socializado de transporte de corpos. Quando morre uma velhinha em um canto da ilha e tem que ser enterrada no outro, ele e sua esposa decidem acompanhar o corpo para testar o método. Cruzam o país, conhecem todo tipo de gente, etc. Em termos de críticas ao governo, é um dos mais suaves. Ainda assim, uma das mensagens principais é que a burocracia cubana perdeu os limites do ridículo. “La vida es silbar” (Fernando Perez), único longa-metragem de ficção produzido em Cuba em 1998, acumulou prêmios por todo o mundo e foi muito badalado. Tem alguns elementos geniais, como a senhora que desmaia cada vez que alguém fala a palavra amor e a cena na qual seu psicólogo sai pela rua disparando outras palavras que também fazem as pessoas desmaiarem, mas achei um filme muito desigual.

Arquitetura Cubana


A arquitetura cubana tem o maior conjunto de prédios coloniais preservados em toda a América. Com casarões, palacetes e igrejas com fachadas em estilo pré-barroco, barroco e neoclássico.
Algumas partes das ruas de Havana exibem edificações restauradas, o que nos faz compreender um pouco da vida cubana e dos vários períodos e influências culturais. Atualmente, diversos complexos arquitetônicos modernos abrigam centros empresariais que resultam da abertura ao turismo e do desenvolvimento e interesse estrangeiro na ilha. 
Em Cuba, o triunfo da Revolução provocou uma grande atividade construtiva baseada na premissa de dar resposta às grandes necessidades acumuladas na população, mas partindo dos recursos construtivos, econômicos, técnicos e humanos de cada localidade do país; não houve tempo para a teorização, mas apenas para sua execução.
Walter Anthony Betancourt Fernández, arquiteto norte-americano que vive em Cuba desde o ano de 1961, desenvolveu um destacado trabalho na zona oriental de Cuba, aonde realizou obras de singular expressão formal e especiais qualidades, nas quais o uso dos sistemas artesanais, materiais locais como a pedra, madeira, cerâmica e uma extraordinária sabedoria no uso de figuras geométricas complexas, ricas interseções, efeitos de luz e sombra e uma indissolúvel união entre a arquitetura e o meio, o caracterizam como um excelente criador de uma arquitetura que poderia se denominar orgânica, enraizada por sua vez na tradição cubana.
No período que o arquiteto trabalhou em Cuba e que compreende as décadas do sessenta e setenta do passado século XX, a indústria de materiais de construção na nação se encontrava em uma relativa crise, o que impulsionou, entre outras razões, este criador a utilizar material cerâmico na maioria das vezes.

Arte de Cuba no CCBB

A exposição Arte de Cuba reunirá as mais significativas obras das artes plásticas cubanas do século XX até hoje. Um amplo panorama do movimento modernista cubano, seguido dos representantes das gerações dos anos 60, 70 e 80 e uma rigorosa seleção de obras de artistas cubanos contemporâneos, internacionalmente reconhecidos, formarão o total da mostra.
Ao longo do século XX, a arte cubana viu-se marcada pela experimentação e diversidade das expressões. A curadoria escolheu três linhas temáticas gerais que resumem diversas tendências e a partir delas organiza o conjunto da mostra:
- A busca das raízes da cultura cubana - Experimentação com a linguagem plástica - Compromisso social do artista
Os anos 20 marcam a entrada do modernismo nas artes plásticas cubanas. É um momento de maturidade e coerência coletivas, também marcado pela aparição de importantes individualidades. Junto às preocupações de renovação formal da prática acadêmica, aparece o interesse pela representação da identidade nacional.
No ano 1927, a Exposición de Arte Nuevo resume as novas intenções da arte no período. Um dos artistas participantes dessa mostra, Víctor Manuel, passaria a ser emblemático para a análise do período. A exposição mostrará as obras dos artistas mais significativos dentro desse período de surgimento da arte moderna em Cuba. Todos expressivos da pluralidade desse momento, no qual tendências, estilos e interesses variados determinam a riqueza e fertilidade da época.
A partir da assimilação da linguagem do modernismo europeu, esses artistas constroem um imaginário cubano. A necessidade de representar paisagens, costumes, rostos típicos e expressivos do "cubano" aparece em cada obra. Remontam-se então ao interior cubano e à figura do "guajiro" como arquétipo do autêntico nacional. Nesta tendência se destacam nomes como Gattorno, Abela, Carlos Enríquez, entre outros.
No final dos anos 30 já está consolidada a modernidade plástica em Cuba. Novos artistas integram a cena cultural cubana, unidos na procura de uma expressão cubana dentro da modernidade artística de Ocidente.
Algumas mudanças acontecem nesses anos. A pintura de tema político e social perde a força de anos anteriores. O "crioulismo" interessado em temas rurais se orienta em outras direções, o afro-cubanismo vanguardista, expressado na representação de cenas vernáculas, de música e dança, ganha outra dimensão com a aparição de figuras como Wifredo Lam ou Roberto Diago, criadores de novas iconografias, distante de visões pitorescas ou bucólicas.
Wifredo Lam o artista cubano que maior reconhecimento internacional obteve, e é um dos grandes destaques da exposição. Seu contato em Europa com a arte africana, com os cubistas e, de modo mais definitivo, com os surrealistas, o faz voltar os olhos à sua terra na busca das expressões autênticas da ilha.
Sua re-descoberta da poesia interna das manifestações afro-cubanas é refletida em obras que sintetizam o que Carpentier chamara de "o real maravilhoso".
Os anos 50 são marcados pelo signo da abstração. Em Cuba, a arte tenta fugir das expressões "locais" que marcaram e identificaram as pretensões de anos anteriores, para assumir uma linguagem internacional, universal. Luis Martinez Pedro, um dos artistas que mais rápido assume a abstração obteve em 1953 é premiado na Bienal de São Paulo. Nesse mesmo ano se cria o grupo Los Once, que trabalhará o expressionismo abstrato e mais tarde o grupo Diez Pintores Concretos.
Desde linguagens diversas, e a partir de perspectivas também diferentes, foram refletidas na arte as mudanças que se iniciaram com o processo revolucionário. Os anos 60 foram de grande liberdade formal e cada artista refletiu ao seu modo a vivência da Revolução, longe de dogmas estéticos ou ideológicos. A linguagem pop, o expressionismo, o hiper-realismo, definem algumas das tendências da época. Destacam-se nesse momento, entre outras, as figuras de Raúl Martinez, Servando Cabrera, Antonia Eiriz.
Com a criação da Escola Nacional de Arte, surge uma nova geração de artistas, cuja produção tem relações diretas com temas tão diversos como as tradições camponesas, o realismo social ou as mitologias afro-cubanas. O que une as obras de Pedro Pablo Oliva, Zaida Del Rio, Roberto Fabelo, Tomás Sánchez é aquela perspectiva lírica, intimista, pessoal presente em seus trabalhos.
Mas a arte igualmente foi reflexo das profundas contradições da sociedade e, a partir dos anos 80, momento em que também ocorre uma revisão dos paradigmas estéticos, assume uma postura crítica ante a realidade. Impõe-se a arte conceitual como meio de estruturar esse discurso comprometido com o questionamento de temas como a emigração, a ideologia ou a iconografia revolucionária.
O âmbito das artes plásticas erige-se como uma área de tolerância, que permite aos artistas tratar livremente temas polêmicos. Em suas instalações, fotografias, gravuras, são recorrentes as representações da ilha, dos heróis, da bandeira, não para cantar as glórias do processo histórico vivido, mas para revistá-lo com olhar crítico.
Hoje, ante um complexo panorama nacional, a arte cubana se debruça ante o dilema de fugir da tentação da crítica banal. Sem perder o sentido reflexivo que sempre acompanhou à criação plástica, os artistas encontram meios mais sutis e universais de expressar suas preocupações, em pro de uma representação de dilemas contemporâneos.

Charuto Cubano

Quatro charutos de diferentes marcas (De cima para baixo: H. UpmannMontecristoMacanudoRomeo y Julieta)
Charuto é uma forma de preparação do tabaco para fumar. Pode ser feito à mão ou à máquina, geralmente fechado em uma das extremidades, que após a remoção de parte da cabeça (parte fechada do charuto) é aceso na outra extremidade e fumado a partir da abertura feita pelo corte. O seu nome provavelmente deriva da palavramaia sik'ar.
Atualmente, os charutos são produzidos em vários países, que inclui países americanos (Cuba e Brasil), europeus (ItáliaSuíça e Alemanha), entre muitos outros.
Mas o país que possui o título de melhor produtor de charutos do mundo, e o retém há décadas, é Cuba. Isto acontece por diversos fatores, entre eles: as condições climáticas, horas de iluminação solar, temperatura, humidade, condições do solo, enfim, características únicas de Pinar del Río, única região de Cuba que produz os charutos chamados de "havanos" (qualquer charuto produzido fora dessa região não recebe essa qualificação).

Introdução: Origem incerta

Infelizmente, talvez nunca se saberá a origem exata dos charutos. Não se sabe quem o inventou, sua forma original, e muito menos quem foi o primeiro fumante de charutos da história. Mas pode se ter certeza que o cultivo da Nicotiana tabacum teve início no continente americano (provavelmente na província de Iucatã) pelos maias provenientes da América Central.
Uma relíquia datada do século X, descoberta no território da Guatemala, mostra um maia fumando folhas de fumo juntas por um fio de barbante, amarradas na forma de um rolo. O único problema com essa evidência histórica sobre a invenção dos charutos, é que a civilizaçãomaia já tinha surgido há mais de dois milênios, portanto, não é possível determinar com precisão quando se fumou dessa forma pela primeira vez.
Nativos de outras áreas também fumavam tabaco por diversos motivos. Os norte americanos nativos, fumavam cachimbos como parte de suas celebrações espirituais; habitantes antigos da América do Sul fumavam folhas de fumo moído envolto em folhas de vegetais; e é conhecido o fato de que os astecas fumavam um caniço oco com tabaco em seu interior.
Raras são as evidências realmente precisas sobre os charutos e outras formas de consumir tabaco, mas pode-se dizer que o tabaco vem sido utilizado para fumar há milênios, e o charuto como é conhecido hoje se originou disso.

Países que fazem fronteira com Cuba

PAíSES VIZINHOS DE CUBA:

Países Vizinhos de Cuba

Se pretende saber quais são os Países vizinhos de Cuba, referimos-lhe aqui que pelos dados mundiais oficiais de Cuba, os países mais próximos são:
Bahamas, Haiti, Estados Unidos da América, Ilhas Caimão, Jamaica e Navassa

Os dados apresentados sobre quais os Países fronteiriços de Cuba (País) são facultados através da funcionalidade de pesquisa de dados públicos fornecidos por terceiros de origem extremamente confiável. 
Não garantimos a exactidão dos mesmos nem asseguramos que se tratam dos dados mais recentes apesar de a origem destes ser a mais fidedigna possível sobre as mais recentes informações geográficas de Cuba e seus Países vizinhos. 
A origem dos dados é totalmente fiel e sempre fornecida por instituições responsáveis.
Por esse mesmo motivo, poderemos garantir-lhe que a fonte de recolha de dados e informações para a criação deste artigo sobre quais os Países vizinhos e fronteiras de Cuba, foi a fonte mais verdadeira possível do último ano que estas informações foram recolhidas a quando a data de criação deste artigo (ano 2011).

Dados Principais sobre Cuba

DADOS PRINCIPAIS:
Área: 110.861 km²
CapitalHavana
População: 11,23 milhões (estimativa 2009)
Moeda: Peso cubano 
Nome Oficial
República de Cuba
Nacionalidade: cubana
Data Nacional1º de janeiro - Revolução Cubana
Governo: República Socialista
 Brasão de armas de Cuba

GEOGRAFIA:
Mapa de Cuba
Localização: Ilhas do Caribe - norte da América Central
Cidade Principais:  Havana, Santiago de Cuba, Las Tunas, Camagüey e Holguín.
Densidade Demográfica: 102 hab./km2
Fuso Horário: - 1h
Clima: tropical
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: afro-cubanos 51%, europeus ibéricos 37%, afro-americanos 11%, chineses 1%
Idioma
:  espanhol (oficial)
Religião
:  cristianismo 41,9% (católicos 39,5%, protestantes 2,4%), sem filiação 57,9%, outras 0,2%
IDH: 0,863 (2007)

ECONOMIA:
Produtos Agrícolas:  cana-de-açúcar (principal), tabaco, arroz e frutas tropicais (banana, laranja, abacaxi).
Pecuáriabovinos, eqüinos, aves e suínos.
Mineração:  níquel, cobre, cromita e cobalto.
Indústria
alimentícia, bebidas, tabaco (produção de charutos), máquinas e química.
Renda per capita:  US$ 9.700 (estimativa 2009).
PIB: US$ 110,8 bilhões (2009)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Músicas Cubana

Rumba:Por volta de 1880, após a abolição da escravidão, os negros pobres de Havana e de Matanzas criam a rumba, em protesto contra uma sociedade que os marginaliza, embora já sejam completamente livres. Há quem afirme que a rumba vem de um outro ritmo denominado guaguancó desde a época em que os colonizadores trouxeram para Cuba a chamada música flamenga, há mais de 400 anos. O estilo espanhol fundiu-se com os ritmos primitivos que os escravos africanos tocavam nos batás originando-se dessa mistura de sons o novo ritmo em suas várias versões. Os batás eram espécies de tambores de duas bocas feitos a partir de troncos ocos de árvores e eram considerados pelos africanos como tambores sagrados de Xangô.
Na época de sua criação a rumba animava as festas espontâneas realizadas pelos negros nos solares - pátios dos casarios - e originalmente eram identificadas em três formas distintas: a colúmbia executada pelos escravos, o guaguancó sugerindo o jogo de sedução e o yambú , de forma mais lenta evocando a postura dos idosos.
A partir dos anos 40, a rumba cubana se internacionalizou. Invadiu os salões, constantemente aparecia nas telas dos cinemas em todo o mundo; cantores cubanos foram convidados a se apresentar em palcos da Europa e das Américas, orquestras cubanas tais como Lecuona Cuban Boys, Machito y sus Afro Cuban , Sonora Matancera são presenças constantes nos palcos internacionais; surgem as rumbeiras famosas nos palcos e nas telas, tais como Maria Antonieta Pons , Ninon Sevilha, Cuquita Carballo e outras mais.
Neste gênero, algumas composições tornaram-se verdadeiros clássicos da música popular, conseguindo romper a barreira do tempo permanecendo até hoje como temas de filmes ou mesmo em regravações com roupagens atualizadas. Dentre elas destacam-se:
Quiereme Mucho (G. Roig), Cubanacan (M. Simons), Rumba Azul (A. Oréfiche), Rumbas Cubanas (E. Grenet), El Manicero (M.Simons), etc.
Conga:Embora pouco citada na literatura própria, a conga teve grande importância, por suas características curiosas, na história da música, e principalmente na dança cubana. Este ritmo secular sempre foi mais conhecido como uma dança de las calles de Cuba do que dos salões.
Teve sua origem nas festas tradicionais de rua, em datas religiosas como Corpus Christi, Dia de Reis, no tempo em que era permitida aos escravos africanos tal comemoração. Era um sucesso ao mesmo tempo social e musical onde a alegria do povo transbordava ao som de tambores e trompetas e todo um instrumental afro-cubano numa coreografia que contrastava com os bailes nos salões da burguesia.
Normalmente os grupos de participantes eram denominados comparsas que representavam a população urbana de diversas regiões proporcionando um maravilhoso espetáculo de pura arte popular. Mais tarde o ritmo da conga foi introduzido em outras festas populares animados por conjuntos musicais denominadoscharangas .
Compositores de música popular mais elaborada não puderam ficar ao largo de tais influências e a partir de 1928 a conga teve sua consagração internacional quando o consagrado maestro Eliseo Grenet introduz o ritmo em Paris. Para Vigo me Voy de Ernesto Lecuona alcança fama mundial. Xavier Cugat com sua orquestra apresentam o novo ritmo em musicais da MGM. A Orquestra Lecuona Cuban Boys apresenta congas no "Follies Bergéres" - Paris.
A partir daí, o sucesso através do cinema, do rádio e do disco provocam uma explosão comercial e o ritmo da conga passa a sofrer uma adulteração em sua forma natural, mas ainda hoje muita música de dança popular confunde-se com a velha e boa conga de 50 anos atrás.
Como registro de congas inesquecíveis, listamos: Para Vigo me Voy (E.Lecuona); Uno, Dos y Três (Rafael Ortiz); Conga de La Habana (Vasquez); Panamá (E.Lecuona); Ahi Viene La Conga (A. Valdespi); La Conga se va (Lecuona).
Mambo:Quem inventou o mambo? É o tipo da pergunta que até hoje persiste na história da música de Cuba. Importante é saber que o mambo abalou o cenário musical a partir dos anos 50, enfrentando até mesmo a força predominante do swing norte-americano com suas big bands que reinavam absolutas na época. Quanto à pergunta sobre sua invenção, assim pode ser explicada:
No ano de 1937, o maestro e compositor Orestes López criou uma versão sincopada do danzón , interpretada pela famosa orquestra de Arcaño y sus Maravilhas , a qual deu o nome de mambo. No decorrer dos anos 40, alguns músicos famosos, como Arsênio Rodriguez, Bebo Valdez, o próprio Orestes Lopez e seu irmão Israel Cachao Lopez, Damaso Perez Prado como pianista e arranjador da orquestra Casino de la Playa e outros mais lograram incursionar pelo que viria mais tarde chamar-se de nuevo ritmo ou simplesmente mambo . No entanto, quem teve a maior sorte ou mesmo habilidade para difundir universalmente o ritmo, na hora certa e no local certo, foi o maestro Damaso Perez Prado, que antes mesmo de viajar deixou gravado em Cuba um disco 78 RPM contendo seu Mambo Caén So caballo de regular aceitação junto ao público.
Em 1947, Perez Prado viaja ao México, organiza uma grande orquestra, na qual incorpora uma extraordinária seção de sopros nos moldes da banda de Stan Kenton e parte para conquistar o mercado norte-americano. Dono de estilo peculiar, Prado utilizou por base o ritmo afro-cubano numa fusão com arranjos orquestrais extraídos do jazz, principalmente da banda de Kenton, a quem mais tarde homenageou gravando um dos mambos de seu de vastíssimo repertório.
Que Rico El Mambo (Mambo Jambo) foi talvez o 1º de uma série interminável de sucessos, todos gravados na RCA - inicialmente em 78 Rpm, depois em LP. Seguiram-se Mambo nº 5, Mambo nº 8, Silbando el Mambo Mambo a la Kenton Caballo Negro , etc. Em 1955, o mambo Cerezo Rosa atinge o nº 1 no Hit Parade da revista Billboard , posto que ocuparia durante oito semanas e só foi desbancado por Bill Haley com o seu Rock Around the Clock . O mesmo Cerezo Rosa foi incluído como tema musical do filme da RKO "O Alforge do Diabo". Além disso, Prado foi agraciado com o Disco de Ouro da RCA Victor pela marca de l milhão de vendas do referido álbum. Sobre Perez Prado (Leia mais)
Com o mambo , outro cubano a alcançar o ápice da carreira, em sua terra natal e também no exterior, foi Benny More, que com a orquestra de Perez Prado gravou uma série de mambos de grande sucesso, como Locas por el mambo , Mamboletas , Babarabatiri , Que te parece , cholito , Rabo y oreja , etc. Retornando a Havana após turnê com Perez Prado, Benny formou uma orquestra denominada Banda Gigante, com a qual atuou tocando mambos famosos para platéias da América Central, América do Sul e Europa até 1962.
Na fase áurea, várias orquestras latinas, aproveitando o sucesso que o ritmo conseguiu durante toda uma década, incluíram mambos em seus repertórios que se tornaram sucessos, como Donde Estabas Tu (Xavier Cugat), Mambo em Espana (Ramon Marquez), Mambo Cubano (Lecuona C. Boys), Let's Mambo (Noro Morales), Mamborama (Tito Puente), Mambo Mucho Mambo (Machito), Mi Mambo Conga (Eddie Palmieri), Oye Este Mambo (Sonora Matancera) , etc... Dizia-se que "O mundo estava dançando o mambo".
Ficava bem transparente a influência do jazz e do swing neste tipo de composições. O mambo apresentava características preferencialmente orquestradas obedecendo a arranjos bem elaborados e de muita riqueza. Como dança, exigia rapidez nos movimentos, passos bem sincronizados e uma coreografia que tornava difícil sua prática coletiva.
Como gênero musical, resistiu pouco tempo. Considerado um fenômeno musical que mesclava elementos de raiz cubanos e outros tantos do jazz, o mambo representa um dos capítulos da maior importância na história da música cubana. Resistiu até o inicio da década de 60. Sucumbiu com o barulho frenético das guitarras. O rock estava chegando.
Chá-chá-chá:O famoso contra-baixista cubano Israel "Cachao" Lopez, quando o mambo entrou em declínio, assim se manifestou: "o mambo decaiu porque os bailarinos eram profissionais, ao passo que o chá-chá-chá era mais fácil de dançar". Realmente há uma certa dificuldade para os dançarinos acompanharem ritmos sincopados, como era o caso do mambo. Alguns compositores cubanos, observando tal dificuldade, procuraram criar um gênero que, embora mantendo o estilo danzón-mambo, tivesse o menor número de síncopes possíveis.
O maestro, compositor e violinista cubano Henrique Jorrín cria então La Engañadora, considerado pela maioria dos autores como o primeiro chá-chá-chá . De certa forma parecido com o danzonete. Sem dúvida, o sucesso do novo ritmo devia-se à aceitação imediata dos dançarinos nos salões de Havana. Assim sendo, vários autores passaram a criar várias obras do gênero. El Bodeguero , de Richard Egues, foi um dos primeiros chá-chá-chá a alcançar sucesso com várias gravações, uma delas do famoso intérprete norte-americano Nat King Cole.
Além da orquestra de Jorrín no México, a secular Orquesta Aragon se estabelece como uma das principais intérpretes do novo ritmo. Com a sua difusão, outras bandas de sucesso internacional, como Chico O'Farrill, Sonora Matancera, Perez Prado, Tito Puente e outros grupos, passam a gravar o chá-chá-chá , que é considerado como último produto internacional da música popular de Cuba.
Guajira:Um dos gêneros mais populares do cancioneiro cubano, a guajira é um tipo de música country originária das províncias de Havana, Matanzas e Pinar Del Rio desde o século XVIII. É conhecida como a música campesina de Cuba.
Popularizada em 1930 pelo guitarrista e compositor Guillermo Portabales, a quem coube introduzi-la nos salões dos grandes centros, a guajira , no entanto, deve sua criação ao consagrado músico cubano Jorge Ankerman. Seus temas referem-se, quase sempre, a questões camponesas usadas de forma idílica ou cantando as belezas da vida campestre.
Seu acompanhamento é feito indistintamente por uma guitarra-três, claves, bongô, guiros e machete. Aguajira é também conhecida como punto cubano, porém o seu ritmo é bem mais lento. São vários os exemplos de guajiras que obtiveram sucesso internacionalmente. Porém, dentre todas, " Guajira Guantanamera" é tida como um hino da música cubana. A maioria dos autores considera o trovador de Havana, Joseíto Fernandez, como o primeiro a cantar e gravar versos do poeta José Martí publicados em 1891 com a melodia de " La Guantanamera" . O titulo da canção significa "mulher de Guantánamo". Seus primeiros versos e sua melodia dolente são reconhecidos mundialmente:
Yo soy um hombre sincero De donde crece la palma.....(Bis) Y antes de morirme quiero Echar mis versos del alma Guantanamera, guajira Guantanamera Guantanamera, guajira Guantanamera
Outros sucessos como "Mi Guajira" de Armando Oréfiche, gravado pela Orq. Lecuona Cuban Boys nos anos 50; " Como arrullo de Palmas " de Ernesto Lecuona e gravação de Benny Moré; " Guajira " de Chick Corea c/ Willie Bobo; " El Carretero " em regravação recente de Ibrahim Ferrer e grupo Buena Vista Social Club; " Pa' Mantener Tradición" , gravado em 2000 com o novo astro Jimmy Bosh e tantas outras composições provam que a guajira continua mantendo a tradição.
Nueva trova:O gênero não pode ser considerado como um novo ritmo cubano. Na realidade, nueva trova é mais do que isso. Trata-se de um movimento criado no início dos anos 60, que, através de algumas experiências feitas a partir da fusão de vários elementos, principalmente da música instrumental, objetivava a criação de um tipo de música que marcava pela sua originalidade.
O fato de se intitular "trova" representa em parte a história de músicos boêmios que, tempos atrás, na cidade de Santiago de Cuba, andavam pelas ruas e pelos bares, tendo às mãos um violão executando peças da época.
Quanto à nueva trova, como estilo de música, tornou-se conhecida a partir de festivais realizados na Casa de las Américas, dos quais participavam músicos ligados ao Grupo de Experimentação Sonora. Daí, jovens artistas conseguiram realizar suas primeiras gravações e surgiram nomes que hoje desfrutam de grande sucesso, como Pablo Milanés, Silvio Rodriguez, Noel Nicola e outros. De um modo geral, a nueva trovaapresenta canções românticas ou crônicas de conteúdo social intimamente ligados a movimentos políticos e revolucionários.
Silvio Rodriguez, autor de uma das mais belas canções da nueva trova - " Unicórnio" , assim se manifestou sobre o novo gênero da música cubana:
"A canção havia sido relegada por um comercialismo e a uma pseudo-arte de consumo. Porém a canção tinha elementos artísticos que poderiam ser usados para ser vista e manejada como uma grande arte, como a pintura, a poesia ou a sinfonia. Esse era o espírito do nosso trabalho, comprometido que estávamos com o processo revolucionário" (*).
Da safra de obras da nueva trova destacam-se composições de Pablo Milanés como "Años", "Yolanda", "Amo esta isla" e "Canción para la Unidad Latino-americana".